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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Como as marcas chinesas estão conquistando o Brasil: e o que isso significa para o nosso futuro
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Editora: 12min
Nos últimos cinco anos, marcas chinesas deixaram de ser uma curiosidade no mercado automotivo brasileiro para se tornarem concorrentes diretas de montadoras tradicionais como Volkswagen, Fiat e Chevrolet. Empresas como BYD, GWM (dona da marca Haval), Caoa Chery e JAC Motors estão ampliando fábricas, abrindo concessionárias e investindo pesadamente em modelos elétricos e híbridos plug-in.
Essa ocupação não aconteceu da noite para o dia. A Caoa Chery, por exemplo, produz carros no Brasil desde 2018, mas só agora começa a ganhar reconhecimento de mercado. A JAC Motors também está no país desde 2011, mas reposicionou sua estratégia para se especializar em veículos elétricos. A BYD, que atua globalmente com carros, ônibus e baterias, foi a primeira a ultrapassar a Tesla em vendas globais de elétricos em 2023 e já assumiu a liderança nesse segmento no Brasil em 2024. Em 2025, a marca inaugurou sua primeira fábrica nacional em Camaçari (BA), onde antes funcionava a Ford.
Enquanto isso, a Great Wall Motors (GWM), gigante chinesa de picapes e SUVs, anunciou investimento de R$ 10 bilhões para operar no Brasil com foco em carros híbridos premium. A primeira concessionária da marca Haval foi aberta em 2023, e até o meio de 2025 já havia mais de 70 lojas em funcionamento.
O que chama atenção é que isso tudo aconteceu sem grandes campanhas publicitárias. As marcas chinesas cresceram com estratégias silenciosas: parcerias locais, preços competitivos, design moderno, foco em tecnologia embarcada e bom relacionamento com concessionárias. E, principalmente, apostando naquilo que as marcas tradicionais ainda não dominam: carros elétricos acessíveis.
O resultado é que, enquanto muita gente ainda pensa que carro chinês é sinônimo de baixa qualidade, as estatísticas mostram outra coisa: mais de 11% dos carros elétricos vendidos no Brasil em 2024 são de marcas chinesas. E esse número não para de crescer.
A influência chinesa vai muito além do setor automotivo. Marcas de tecnologia, e-commerce e moda também vêm ocupando espaços relevantes no cotidiano dos brasileiros.
Shein, por exemplo, se tornou uma das líderes em fast fashion online. A empresa opera com frete internacional rápido e já anunciou planos para abrir centros de distribuição e até produção local no Brasil. Em paralelo, a Temu, plataforma do grupo Pinduoduo, começou a ganhar tração com preços extremamente baixos e foco em conquistar o público jovem via redes sociais. Ambas são vistas como ameaças diretas a players como Shopee, Mercado Livre e até grandes varejistas locais.
No setor de tecnologia, Xiaomi consolidou sua presença com smartphones, smartwatches, dispositivos inteligentes para casa e até TVs. Possui lojas físicas e um ecossistema de produtos cada vez mais integrado. Já a Huawei, apesar de ter perdido espaço no mercado de celulares, continua como gigante na infraestrutura de telecomunicações, sendo peça-chave na implementação do 5G no Brasil, por meio de contratos com operadoras locais.
Essas empresas chinesas compartilham estratégias semelhantes:
O impacto é direto: mais brasileiros estão comprando produtos chineses — muitas vezes sem saber. A presença é discreta, mas estrutural. E sinaliza uma mudança profunda na origem dos produtos que usamos no dia a dia.
A presença crescente de marcas chinesas no Brasil está longe de ser apenas uma tendência de mercado. Ela carrega implicações econômicas, geopolíticas e culturais que ainda estão sendo compreendidas em sua totalidade. Do ponto de vista econômico, a entrada dessas marcas estimula a concorrência, força a inovação das empresas locais e pressiona a cadeia de valor — desde fornecedores até varejistas. A chegada de fábricas como a da BYD, por exemplo, gera empregos e reativa polos industriais antes ociosos, como o de Camaçari (BA), que estava sem uso desde a saída da Ford.
Por outro lado, há preocupações legítimas. Muitos especialistas apontam que a dependência crescente de produtos importados da China pode prejudicar a indústria nacional, sobretudo em segmentos onde o Brasil não consegue competir em escala, preço ou tecnologia. Além disso, empresas brasileiras podem ser sufocadas por modelos de negócio ultracompetitivos — como os da Shein e da Temu — que operam com margens mínimas e estrutura enxuta, muitas vezes sem a mesma responsabilidade fiscal ou trabalhista exigida de players locais.
No campo social, essa expansão afeta o comportamento do consumidor. Produtos chineses passaram a ser percebidos como tecnológicos, acessíveis e modernos, o que muda o imaginário coletivo sobre “qualidade” e “origem”. Essa mudança de percepção também vem acompanhada de uma reconfiguração geopolítica silenciosa: a China deixa de ser apenas um fornecedor distante e passa a ser uma força presente no cotidiano, no consumo, na logística, na conectividade e até no discurso político.
A expansão das marcas chinesas no Brasil não é acidental. Ela faz parte de uma estratégia maior de inserção internacional da China, que busca consolidar influência econômica, diplomática e tecnológica em países-chave da América Latina, África e Sudeste Asiático. Dentro desse plano, o Brasil ocupa uma posição privilegiada: é a maior economia da região, tem base industrial relevante, recursos naturais estratégicos e uma população com forte potencial de consumo.
A relação comercial sino-brasileira já é sólida há anos. A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, principalmente pela importação de commodities como soja, minério de ferro e petróleo. Mas agora, o movimento se inverte: empresas chinesas querem vender, não apenas comprar. E enxergam no Brasil uma porta de entrada para o restante da América do Sul.
No setor automotivo, por exemplo, marcas como BYD e GWM estão apostando no Brasil como centro de produção regional. Os veículos montados aqui devem abastecer países vizinhos como Argentina, Chile e Colômbia. O mesmo vale para empresas como Shein, que veem o Brasil como hub logístico e fiscal — o que justifica seus investimentos em centros de distribuição locais.
Além disso, o Brasil oferece algo que a China precisa: estabilidade institucional para investimentos de longo prazo (mesmo com seus altos e baixos políticos) e pouca resistência geopolítica — diferente do que ocorre em países alinhados aos Estados Unidos ou à União Europeia. Aqui, a China consegue operar com menos barreiras comerciais e menos desgaste diplomático.
Esse posicionamento tem implicações geopolíticas. A presença cada vez maior de empresas chinesas torna o Brasil mais sensível aos interesses de Pequim. Em crises internacionais, como a disputa entre Estados Unidos e China, o Brasil poderá ser pressionado a tomar lados. Estar no centro dessa disputa exige do país uma diplomacia econômica cuidadosa — e uma visão estratégica sobre até que ponto vale a pena abrir seu mercado a um parceiro tão dominante.
A presença crescente das marcas chinesas no Brasil não parece ser passageira. Pelo contrário: tudo indica que estamos apenas no começo de um ciclo de consolidação e expansão. Com investimentos bilionários anunciados, estruturas industriais sendo implantadas e consumidores cada vez mais abertos a produtos “made in China”, o ambiente tende a se tornar ainda mais competitivo para empresas tradicionais — sejam elas brasileiras ou multinacionais estabelecidas.
No setor automotivo, espera-se uma guerra de preços e tecnologia. A tendência é que os carros elétricos e híbridos chineses fiquem ainda mais acessíveis, pressionando montadoras europeias, japonesas e americanas a reagir. A disputa vai além do veículo em si: passa por conectividade, software embarcado, serviços agregados e integração com soluções de energia (como painéis solares e baterias domésticas).
No varejo digital, a disputa entre plataformas chinesas e latino-americanas deve se intensificar. A Shein já anunciou parcerias com fábricas locais. A Temu, com seu modelo de ultrabaixo custo, pode forçar redes tradicionais a repensar suas estratégias logísticas e de precificação. O resultado será uma pressão crescente sobre os pequenos e médios lojistas nacionais, que podem ser engolidos ou obrigados a se reinventar.
No campo regulatório, o Brasil será desafiado a lidar com temas como concorrência desleal, práticas fiscais, segurança de dados e transparência nas relações de consumo. O governo precisará criar regras claras sem inibir a inovação — o que exige articulação técnica e diplomática.
No fim das contas, o avanço das marcas chinesas no Brasil não é só uma questão de mercado. É uma mudança de era. O consumidor brasileiro, o setor produtivo e o Estado terão que se adaptar a um novo jogo global — onde a China não é coadjuvante. É protagonista. E já está jogando com estratégia, velocidade e escala.
Saber que marcas chinesas estão dominando setores estratégicos do mercado brasileiro não é só uma curiosidade comercial — é um ponto de partida para entender transformações econômicas, políticas e sociais que vão moldar os próximos anos. Do carro que você dirige ao celular que você usa, passando pela roupa que chega em sua casa via app, há uma mudança estrutural em curso. E o Brasil está no centro dela.
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